terça-feira, 16 de junho de 2009

QUANDO SE MORRE UM AMOR - ou para um beija-flor,a triste partida da primavera



Não foi como esperara, o dia se fez chuvoso mais, mesmo assim, as bandeirinhas e os balões que enfeitavam o céu deixaram a tarde com cheiro de sonho. A moça que estava perdidamente encantada com a felicidade e delicadeza que aquele lugar lhe trouxera acreditou que seria tudo perfeito, a ansiedade fervia nas suas veias e procurava o rosto dele em cada pessoa, o que mais queria era encontrá-lo.
Ela sonhou, e acreditou que além das tardes encantadas de versos e embriaguez, seu amor também viria encontrá-la, o amor esperado a tanto. Aconteceu, ao vê-lo pensou que morreria de tanto fascínio, mas, o reencontro não foi como desejara, não ouviu da voz do amado o que tanto necessitava, não teve o beijo tão esperado, o abraço dele não veio ao encontro de seus braços, não o abraço que ansiava... E as suas tardes enfeitadas de cores e sonhos se fizeram em preto e branco e como as nuvens que cobriam o céu agora negro, a sua alma chorou de tristeza, mas mesmo assim a moça vivia intensamente e, quanto aos versos e doses tornaram-se mais perenes e intensos em sua vida. Todas as noites ao amanhecer a moça encontrava-se ressacada, ela e a solidão da sua vida.
O amado, em outros braços, parecia espinho encravado em seu peito, a pobre da moça a chorar por dentro e encenar um riso inebriante por fora, como uma máscara teatral que não se sabe a expressão de quem a usa. Ela sentiu frio mais que nunca naqueles dias tão tristes, sua alma era uma mendiga disfarçada e seus olhos pouco conseguiam fingir o seu anseio, a moça apenas em pensamento, despediu-se do amado pela última vez com um gosto de tristeza nos lábios e partiu novamente para a sua vida que, agora sem sonhos tornou-se melancolia...
Uma flor no fim da primavera dissipando-se...