segunda-feira, 7 de maio de 2012

EU NESSA ESTAÇÃO DE OLHOS TRISTES


Quantas vezes o amor deve acontecer em toda uma vida?
Tudo foi só um livro mal interpretado, não amei a verdadeira história porque ela não teve final feliz.
Descobri que meus dias felizes não passaram de um cenário armado, só uma cena diante de toda uma vida.
Hoje cada instante é um rascunho amassado de coisas que tento decifrar, e até os frutos mais amargos daquele pomar hoje seriam doces para mim.
Sinto meu corpo desmembrado e espalhado pelos quatro cantos do mundo.
Meus olhos observam os primeiros raios de sol penetrar no capinzal e, no jardim as cores se insinuam fortes cheias de sonhos.
O som dos meus passos se espalham leves no percorrer de um caminho deserto.
A minha vida acontece e se evapora, como o som que se perde no silêncio, esse silêncio devastador que existi aqui dentro.
Meus dedos acariciam levemente a face molhada do tempo, e esse tempo se desfaz na ternura que ainda existi na minha lembrança inundada de lágrimas.
Eu sou alguém que dorme um sono de alguém que morre.
Eu tinha alguém que enquanto dormia, eu ouvia seu coração. Hoje eu não ouço nem o meu próprio pulsar.
Que a noite chegue e que nunca mais vá embora, para que meus olhos tristes possam dormir paz.
Que minha tristeza possa se dissolver na sua escuridão.
O deserto da minha alma é como uma noite estrelada.
Queria colher lírios no amanhecer se tudo fosse real.
Mais só se fosse real.