quinta-feira, 25 de novembro de 2010

PARA NIETZSCHE E RIMBAUD


O único anjo que vi
Espreitava a minha janela
Fiquei louco quando ouvi
Sua voz sinistra e bela

Salvou-me a juventude
Farei dela um tormento!
Com graças de finitude
Gozarei meu sofrimento

Encanta-me o bárbaro pagão
Que a liberdade conduz
Enquanto o pobre cristão
Sonha pregado a cruz

E grita que é liberdade
Com ares de hipocrisia
“O Deus morto, é uma verdade!”
“Ouçam minha heresia!”

Meu canto é pela vida
Não importa bom ou ruim
Desde que toda ferida
Deixe sua marca em mim

Serei feroz e vil
Com a pele de sol queimada
Retrato de um monstro viril
Hiena de fome insaciada

Que venha o ultimo dia
Nele minha alma se inflama
Esta injuria é minha alegria
Nela meu coração se dana

No decote da virgem louca
No demônio de uma garrafa
No gemido de uma voz rouca
No phallos que não se estafa

Não me abençoem a morte!
Que o retorno é eterno
Trairei deuses com a sorte
Brincando no seu inferno





De um cara que não quer dizer o nome.