domingo, 11 de março de 2012

PRIMEIRO DIA DE UMA ETERNIDADE: Lágrimas e solidão


Era dez de março e o dia amanhecia frio e desconhecido, as nuvens nevoentas cobriam o céu, era só uma paisagem vista da janela de um trem, era só uma vida ausente que existia para aqueles olhos sem brilho, para aqueles olhos chorosos, que agora não enxergavam mais a cor do dia.
Não havia palavras. Só uma dor percorria aquela alma que era só uma passageira viajando pra qualquer lugar agora.
Ela era um navio perdido em alto mar, sem direções.
Ela estava morta e sua alma chorava olhando seu corpo inerte, ela queria chorar mais não podia, ela queria gritar mais não podia, era só uma alma em um mundo de vivos.
Sua vida, seus sonhos, eram destroços jogados no rio turvo  de água escura.
Quantas paisagens que foram mar, quantas paisagens que foram jardim, quantas paisagens que foram sonhadas para o futuro, sim foram tantas, e foram tantas descoloridas, como um sonho que se tornou pesadelo.
Era agora tudo um planeta desconhecido, sem água, sem luz, sem algum tipo de vida.
A moça desde que partira vivia num tempo distante e não tinha como voltar pra casa.
Havia um pomar onde todas as manhas os pássaros e abelhas faziam pouso, mais ela, somente ela, era uma árvore seca.
O seu coração só sabia chorar como uma criança que se perdeu da mãe no meio da multidão.
Seu coração não tinha pra onde ir.
Seu coração era um ser ferido que se debatia perdido mo meio de uma floresta escura.
Seu coração estava prometido, estava devotado somente a um ser.
Vivia com o singular acalento de esperar, esperar e esperar por um amor que talvez não volte nunca mais para os seus braços; e o adeus nunca se apague.