Ela passou vários dias desabitados, com a mente vazia.
Estava viva como uma flor no alto da montanha, e não sabia como expressar os segredos que se escondiam no seu âmago.
Ela sentia o cheiro dos vinhedos sem nunca tê-los visto.
Sentia gosto do vento que seus cabelos saboreavam.
Costumava se perder no tempo.
Muitas vezes estava nas suas lembranças passadas como se ainda estivessem vivas no tempo presente, e a moça pensava: vivo no meu principio e nele não existe passado.
Brinco de mãos dadas com o tempo.
Os eternos olhos infantis não querem chorar. Ainda não.
Quando manhã ela ao acordar não se transpassava da noite para dia, o sol brilhava e ela procurava a noite na claridade.
Pra ela era não era difícil, fechava os olhos e a noite voltava repleta de ventos e estrelas.
Ela brincava com esse tempo de dia e noite.
Todo o escuro e claridade, para ela, não passava de uma sombra.
Talvez seja somente a sua sombra de diversos ângulos do universo.
A sombra de si mesma perdida em um labirinto de sonhos.