segunda-feira, 8 de junho de 2015

O ERMO EXISTIR DA ETERNIDADE quando o amor não floresce



Estamos sempre partindo. Partindo para os nossos sonhos, partindo para deixá-los.
Não era só um amanhecer que ela buscava, era um riso singelo de um dia de sol sem nuvens no céu. Cada partida era também um ponto de chegada, o tempo voava e ela tinha pressa. O sonho estava espalhado em cada gota de sangue seu, o amor acontecia mais agora era saudade. O amor era um existir dissolvido em sua alma, mais também era lembrança fugindo de casa.
O amor era ausência. Era desespero. Era ânsia.
O amor agora era ninguém que estava sempre presente e todos os seus dias existiam na sua companhia.  Quando chegava, a casa não estava mais vazia, por que ninguém estava a sua espera.  Ninguém era cuidadoso, perguntava como foi seu dia e ouvia com atenção  suas histórias cotidianas, ninguém era paciente. Ela e ninguém jantavam sempre juntos e as horas eram nostálgicas. Ninguém segurava sua mão na hora de dormir mais não a protegia dos pesadelos.
A princípio a moça não gostava de ninguém e queria fugir, mais ninguém estava em todo lugar, tanto que ela se acostumou com a aquela presença que contornava os seus dias. Ninguém a amava, mais a moça queria voar. Ela não sabia se partiria para os seus sonhos ou para deixá-los.
Ela estava acontecendo, sem saber se era casulo ou borboleta.
Existir lhe bastava.


terça-feira, 27 de janeiro de 2015

SILÊNCIO; ESCUTA MEU CORAÇÃO




Onde está teu olhar?
Nada mais que um dia nublado existe na minha alma.
Tuas mãos meu amor, onde estão elas?
Encontre-me novamente e me leve pra casa, me aqueça nas suas cobertas, pois, 
está muito frio aqui fora.
Envolva-me nos seu abraço, meu sonho precisa de carinho.
Beije-me os lábios, eu quero seu hálito quente percorrendo meu corpo por inteiro.
Eu quero sopro de vento nessa tarde quente.
Eu tenho aqui, um mundo guardado onde eu sou a única habitante, venha e traga a chuva para essa terra árida: meu coração.
A nudez do meu corpo quer se encontrar com a tua, como a rosa anseia pelo orvalho da manhã.
Mais meu amor, a solidão não tem fim. 
Eu sou alguém que partiu numa noite escura e se perdeu do caminho de casa. 
O meu olhar triste transforma tudo em solidão nessa concha vazia dos dias.
Eu sou um cais a tua espera. 

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

POR UM MINUTO APENAS, ESPERE POR MIM



Ausência. Assim era o seu nome.
Um abraço não entregue. Um beijo não aceito.
Era sua vida, cheia de desacertos e desencontros, o seu relógio estava sempre com as horas erradas. Quando o amor aparecia sempre era cedo ou tarde demais.
 Por um minuto não teria perdido o metrô, por um minuto não o teria perdido.
Sua existência era assim, solta por entre os ponteiros do tempo.
Ela entregou sua vida como quem envia uma correspondência para alguém que mudou de endereço. Seu coração era um pendulo, e as anunciações das horas nunca eram de chegada, mais sim, de partida.
Partida para um lugar que não lhe é mais seu.