sábado, 18 de junho de 2011

VIVO, QUANDO DISTANTE PARA AQUELES OLHOS


O vento daquele fim de tarde fazia uma criança brincar com seus próprios sonhos. A pipa voava liberta no céu dando vida aos últimos suspiros do dia que se despedira adornando o céu em tons  claros e nostálgicos. Todo fim de tarde se parece com uma despedida.
Despedimos-nos de nós mesmos, das nossas alegrias, nos despedimos dos nossos sonhos, e pensamos: mais um dia...
Assim com essa nostalgia não nos despedimos da saudade, ela sempre nasce no fim tarde e percorre nossa vida como se nada mais pudesse existir além daquele fim,  quando já não podemos mais fazer o que almejamos porque, o dia já morre e a noite é muito silenciosa para gritarmos nossos desesperos.
Quando o dia morre, pensamos na nossa própria morte e contemplamos os vestígios de claridade com mais amor e esperança de que eles voltarão e poderemos abrir novamente os olhos e o dia nos esperará.
Vivemos assim com olhos postos sobre a vida alimento um velho saudosismo que nos impede de não lembrar as paisagens contempladas e que hoje já existem longe demais para os nossos olhos, já cansados, alcançar quão grande é o seu esplendor.

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