quinta-feira, 25 de março de 2010

LEMBRANÇAS DE ELVIRA




Ela era uma menina doente, desde pequena já sofrera de uma coisa que lhe causara estranheza.
Solidão era o nome.
Segundo sua mãe já nascera assim.
Desde que Elvira começou a entender as coisas, seu olhar sempre estava fora do bando, perdendo-se de propósito constantemente, para encontrar-se em outro mundo.
Com o tempo isso se tornou muito sério e Elvira cada vez mais era incompreendida na sua particularidade.
Uma das coisas que ela mais adorava era ver, no outono, as folhas secas caírem não entendendo direito o fenômeno, Elvira só sabia que ficava ainda mais triste nessa época e a delicadeza das folhas amareladas caindo pareciam com a cena dos seus olhos quando choravam.
Com o tempo Elvira passou a fugir de casa e dentro do seu mundo se compreendia no ato de ser e existir. Fluindo.

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