segunda-feira, 29 de março de 2010

ESBOÇO DE UMA ALMA EM FUGA




A dor decepou a mão que ofertava para o papel os seus escritos e a página arrancada e amassada com tristeza não pôde mais ser confidente de um amor guardado, como se ela fosse naquele momento, um pedaço de uma vida jogado fora, a página quase nua, com a sua pele branca foi rabiscada e jogada fora.
Apenas uma palavra apresentava a primeira cena daquela tragédia, era saudade o primeiro detalhe de um pano quase sem costuras, nodoado de lágrimas que caiam de uma face inerte.
Brincando com a vida, essa nostalgia levou os carretéis e agulhas que entrelaçavam a alegria dos amantes poeticamente belos, na passagem dos dias as suas vidas perderam-se no caminho e hoje o que se compõe, são restos de coisas emaranhadas de sentimentos próximos do passado. Tudo se denuncia na pulsação dos desejos guardados estendidos diante de uma lembrança, e a mulher com as suas mãos frias chora lembrando de um tempo que existia uma lareira acesa na sua vida e o inverno não era tão frio assim no seu coração.

Um comentário:

  1. Toda vez que ler um poema teu , sentirei meu corpo ganhar vida ...
    Sou um admirador de tua constante aprimoraçao .

    ResponderExcluir