domingo, 11 de abril de 2010

SOLIDÃO: lado a lado com ela



Tenho medo da solidão.
Quando sinto o seu cheiro pela rua e o leve toque das suas mãos acariciando meu corpo.
Apavora-me e encanta, a sua respiração ofegante arfando ao meu lado.
Quando apago as luzes e a sua alma gelada de fantasma me perturba e dorme ao meu lado.
Tenho medo dessa solidão que chega de repente no riso inexpressivo.
Dessa solidão que me aborda na hora do choro sem um ombro disponível ao sofrer impregnado.
Solidão é a falta de ar quando dói o peito.
Tenho medo da solidão no copo vazio, quando espero alguém com carinho.
Tenho medo da solidão em cada ruga que me aparece.
Onde tenho mais medo da solidão, é quando a encontro ao redor de quem eu queria companhia.
A solidão me afeta os nervos, desfigura meus sonhos.
Com ela nos encontramos em terra fria.
Tenho que suportar a solidão quando se faz em nó na garganta.
Tenho medo da solidão nas palavras.
Quando o coração chama em silêncio por o amado.
Tenho medo dos seus olhos na embriaguez barata que se estende na madrugada.
Na manhã cheia de ressaca amarrotada de noite.
Demasiado é o degustar da sua companhia.
E quando a chuva vier quero me despir dessa capa nostálgica que me envolve.
Molhar-me na abundancia de uma coisa chamada vida.
Não compreendo, mas, a solidão me alucina.

2 comentários:

  1. Somos todos cheios de uma solidão acompanhada.

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  2. Olá flor!!!

    Monteio meu blog a pouco então pesquiso blogs interessantes para compartilhar poesias, vida, tristezas e alegrias.

    Adorei tuas poesias ... tão delicadas, simples, sinceras e cheias de sentimentos. Parabéns!

    Um beijo e boa semana!

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