quinta-feira, 10 de junho de 2010

ALCOVAS NA EXISTÊNCIA



Silenciar pra depois ouvir.
Sentir alguma coisa parecida com o princípio das coisas que respiram.
A primeira semente que foi jogada no mundo com a missão de salvar a terra de sua improdutividade milenar, viveu na mais profunda solidão. De si teve que renascer, brotar, semear, renascer em umas, morrer em outras. Ela e o chão na sagacidade da existência e mesmo assim, o princípio talvez tenha se perdido.
A voz e o enigma do silêncio.
Encostar o ouvido no segredo repousando no útero do mundo sentindo suas vibrações e carregar nos braços o peso dos oceanos e o calor dos vulcões, sugar o alimento do íntimo da terra.
Se entregar a um sono leve e ouvir o barulho dos rios nascendo na profunda essência de vida.
A poesia se sente no silêncio do peito.
Parou no meio da estrada aquele olhar pra debandar-se com os pássaros.
E um beijo inesperado que tocou na face da moça assustou os pássaros que dormiam no escuro dos seus cabelos.

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