quarta-feira, 27 de outubro de 2010

INTROSPECÇÃO


Não estou no começo nem no fim, sou o olho do furacão.
Permaneço perdida na estação que o tempo abandou.
Há horas em que meu ser procura se encontrar no lugar que nunca se perdeu, não sabendo em que terra, tempo, alma ou vida se descobri ao confrontar-se com os seus próprios tumultos.
A fuga seguiu amedrontada de um ser que emergiu de dentro, espírito talvez.
Matéria e definição.
Corpos celestes passeiam por a minha paisagem.
Deslizo no que já foi dito, coisas que não se sentem com as mãos.
Eu queria era sentir a dualidade das coisas, do doce e do amargo.
Tocar no que queima.
Ser, muitas vezes, desconhecido e náufrago.
De repente percebo que o que procuro está bem perto, e essa coisa me olha.


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