Permaneci ausente por algum tempo, quando voltei já não era mais meu tempo, já não era mais a minha casa com a mesa rodeada de pessoas.
Quando voltei os moleques travessos da minha rua já não quebravam mais as janelas das casas jogando bola.
Quando voltei o vestido rodado de Aninha já não lhe cabia, por conta dos seus seios que cresciam. Era natal e todos, assim como eu, guardavam a solidão da vida que passou, de tudo que não voltará mais. O natal é triste na sua poesia cheia de luz , guardando sempre a lembrança da metamorfose que somos.
Como será triste para o Papai Noel quando o natal acaba, sem luzes festivas, sem presentes para entregar, sem pessoas a lhe confessarem seus desejos, sem o seu existir para os olhos esperançosos das crianças.
Era natal, mesmo triste aqui dentro, era natal.
E quando voltei, o mundo das minhas alegrias se tornara uma terra acidentada, como se estivesse sido atacada por um exército de iconoclastas. O fogo naquela noite ardia em saudade, saudade de abraços, de sorrisos, de mãos dadas, de um brinde as coisas eternas.
Voltei e não encontrei o berço dos meus acalentos, das minhas ilusões de outrora.
Era natal, e nem sequer encontrei a menina que me ofertava cartões com palavras de carinho todos os anos nas épocas natalinas, eu acreditava nos seus olhos de eternidade.
Mas o natal chegou e a menina não apareceu.
Eu, chorei e desfiz as malas, qualquer lugar para mim agora servia.
Izabel,
ResponderExcluirSoube de você, de seu blog, através de Cida Pedrosa do Interpoética, gostei muito do blog, dos seus escritos!
Parabéns!
Um abraço, Marluce