sábado, 28 de maio de 2011

SEM CONTORNO DE SOMBRA



Ela passou vários dias desabitados, com a mente vazia.
Estava viva como uma flor no alto da montanha, e não sabia como expressar os segredos que se escondiam no seu âmago.
Ela sentia o cheiro dos vinhedos sem nunca tê-los visto.
 Sentia gosto do vento que seus cabelos saboreavam.
Costumava se perder no tempo.
Muitas vezes estava nas suas lembranças passadas como se ainda estivessem vivas  no tempo presente, e a moça pensava: vivo no meu principio e nele não existe passado.
Brinco de mãos dadas com o tempo.
Os eternos olhos infantis não querem chorar. Ainda não.
Quando manhã ela ao acordar não se transpassava da noite para dia, o sol brilhava e ela procurava a noite na claridade.
Pra ela era não era difícil, fechava os olhos e a noite voltava repleta de ventos e estrelas.
Ela brincava com esse tempo de dia e noite.
Todo o escuro e claridade, para ela, não passava de uma sombra.
Talvez seja somente a sua sombra de diversos ângulos do universo.
A sombra de si mesma perdida em um labirinto de sonhos.

2 comentários:

  1. acordar traria toda a carga que o dia traz, preferiu brincar com as estrelas, mesmo na escuridão... inventar no fechar de olhos um presente diferente e se encontrar e se perder em outros cantos do universo...

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  2. Quando perdidos estamos no presente, revivemos principio sem te-lo notado que é passado...

    Aaaahh Que doce brisa que me remete ao principio. Principio que a principio queria vendaval, e hoje aqui estou, maravilhado com a linda flor da montanha... ja não me resta tempo para fugir novamente aos vinhedos...

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