sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

A UM SONHO




Era aquele olhar de lençol secando ao vento em uma tarde de verão, mas ela não compartilhava essa paisagem com ele, pois, quando o olhar dele tentava tocá-la, ela rapidamente se escondia como animal assustado.
Como explicar as metamorfoses da vida?
Qual a distância entre a flor e ansiedade que a borboleta tem de beijá-la?
(queria) um desejo de ser pólen germinado por toda o solo de teu sentir, queria doer nos teus olhos de tanto jardim florido que estaria eu, deslumbrar os órgãos dos teus sentidos perante a minha veste de primavera.
Que a pintura do meu ser fosse desenhada pelo teu olhar.
Que tuas mãos desvendassem meus territórios e o meu segrego de emergi em paraíso perante ti.
Que a tua voz soasse em meu ouvido como calafrio.
Um simples abraço, um resto de perfume esquecido na pele, um resquício, por acaso a moça sente o cheiro dele no seu corpo e, dessa coisa tão pequena faz o seu pedaço de sonho naquela noite.
Um coração bate.
Um desejo aguçado.
Um gosto deixado na boca.
Queria a ilusão de uma primavera mesmo que, com o tempo as ervas daninhas matassem as melhores flores...

2 comentários:

  1. Queria a vida imortalizar sua singularidade, querida Izabel. Parabéns pelo belo blog.

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  2. Amigo Felipe suas palavras me fazem sentir imensidão. Adoro você. Obrigada pelo carinho.

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