sábado, 13 de março de 2010

ADORNANDO A SOLIDÃO DE UMA MANHÃ




 A moça na janela olhava com sutileza os pingos de chuva que fluíam das nuvens densas.
Seu olhar perdido nos delírios daquela ilusão de chuva ansiava por descobrir os sabores de tantos poemas celestes que agora, caiam em suas mãos pequenas e delicadas.
A essência das flores perfumadas que aromatizam a manhã da moça sorridente, é trazida pelo vento que chega sorrateiro para não roubá-la da paisagem em que está inundada.
Uma melancolia nasce, chega com a leveza dos pingos que se despendem choramingado nas margaridas que por gentileza nasceram nas pequenas brechas que as pedras deixaram aleatoriamente.
Quem via aquela cena, jurava que nada demais importante estaria acontecendo naquela manhã com semblante de pintura, uma manhã agasalhada com seus cachecóis.
 Mas alimentando de alegria os olhos daquela moça, um casulo se rompeu e o velho canteiro de flores se alegrou com a chegada colorida de uma borboleta ainda menina, mas que carregava nas suas asas a alegria de uma primavera.

Um comentário:

  1. Preciso fazer esse comentário... Um dos poucos textos q menciona a melancolia e a alegria ao mesmo tempo!! Conseguir ver um texto alegre seu, pra mim diz mais do q a poesia!! Me fez transbordar com ela! Parabens não só pela poesia, mas pelo momento!!

    ResponderExcluir