terça-feira, 3 de agosto de 2010

NO LENÇO DA SAUDADE ACENANDO DESILUSÕES




As horas cansadas se aproximavam das dezoito, o dia terminava quente sob o céu avermelhado da cidadezinha recatada com aparência de interior.
No corpo deitado do horizonte reinava o crepúsculo que se insinuava acenando adeus. Derramada naquela despedida do dia, estavam suas lágrimas.
Outro mundo girava na mente do moço a observar a jornada poética do dia que dava seus últimos suspiros.
Despedida mesmo, era a sua história que se fora no emaranhado das desilusões, a criatura tinha um brilho forte nos olhos que eram marejados de mistério.
Observava a noite que vinha no seu galope lento.
O amante desnorteado não sabia o que fazer nas próximas horas, nunca se sabe, pensava.
Depois do acontecimento ele não sabia ser, se não um homem infeliz e solitário.
Estava a um quilometro de casa, desde que se perderá nos seus pensamentos, caminhar deixava sua alma leve.
Para ele o vazio o acompanhava, tudo era como sempre, a tristeza, o lugar estranho onde viveria.
Chorava quase sempre escondido  dissimulando a ferida aberta.
Isso doía.
Fechou os olhos e por um tempo viveu em pensamentos, talvez tenha adormecido sua alma de cansaço.
Havia dias que ele era assim.
Noite.

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