quinta-feira, 28 de abril de 2011

PARA O SR. LONGÍNQUO EM UMA NOSTALGICA NOITE DE CARNAVAL – desculpe a demora



Já era alta noite de madrugada e os foliões já não sabiam o que era alegria ou tristeza, era terça-feira de carnaval e as cinzas da quarta-feira já começavam a se espalhar pelo ar repleto de embriaguez.
No meu peito a quarta-feira já existia desde os primeiros confetes jogados ao ar, desde os primeiros goles alcoólicos, desde os primeiros ecos de musica, desde os primeiros sinais de angústia em meu peito.
Nada foi tão triste como voltar àquela folia e não encontrar em sorriso algum o que me bastasse, a alegria que me suprisse.
Tudo parecia tão festivo mais eu estava surda àquela música, como se o tempo estivesse contido e não passasse por mim.
Era alma e corpo separados em tempo e lugares diferentes como quando sonhamos.
Desculpe Sr. Longínquo mais é que a sua falta me traz uma inspiração que rasga a pele, preenche as artérias e quando escrevo isso o fôlego também me falta, o sangue me falta e você me falta.
Tenho pensamentos, mas não tenho mãos para escrever.
Posso gritar, mas o eco da minha voz se perderá no vácuo do passado e você não me ouvirá...
Meus dias vivem presos nesse romance sem fim escrito na areia da praia.
E as ondas no seu vai-e-vem levam todos os dias os escritos e as palavras se perdem no fundo do oceano. E o mar dos meus olhos brinca de transbordar em cachoeira face abaixo.
E quando tudo isso passa ainda ouço uma goteira caindo do telhado lá fora.
Talvez ainda chova hoje.  








Um comentário:

  1. Lindo Bel, "o mar dos meus olhos brinca em transbordar em cachoeira..." e o sr. Longínquo é inspiração, é a parte que ele deixou, é a prova da vida dela e de tudo que é eterno...

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