quinta-feira, 8 de julho de 2010

NO SUSPIRO DOS DIAS –seguindo o seu percurso



Nunca recebeu flores, a não ser do jardim que se insinuava todas as manhãs para os seus olhos contemplativos.
Estava confusa, seu corpo, alma, sonhos, em que rotações se encontravam?
Se um dia se formasse um rebento no seu ventre ainda virgem, que nome lhe daria.
Assim como Vênus, não sabia se a deusa ou o astro, ela procurava indícios do seu princípio no universo.
Sentia sua vida tão cheia de passado, que desacreditava na idéia de presente e futuro.
Talvez aquela mulher não necessitasse de um episódio extraordinário naquela madrugada em que sono lhe causava receio.
Apenas uma coisa chamada esperança desviar-se dela nos últimos tempos.
Pensava na solidão que mais uma manhã lhe desejaria bom dia. Chorava sem procurar motivos para não morrer de agonia.
Desde que ele partira, assim se improvisavam os seus dias.
E, além disso, ainda aquela fragrância que ficara guardada no frasco de perfume.
Quantos rabiscos espalhados pelo chão da sua vida, como seria uma página escrita sem erros. Não sabia.
Perdão. Ela pedia para a sua alma cambaleante.
A tristeza se misturou ao pó daquela manhã sem objetivos.
Ela adormeceu sem nem saber mais de si.

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