terça-feira, 6 de julho de 2010

SEM SE SABER - noite sim, dia talvez


Acordo atordoada sem saber se estou mesmo de volta, o relógio pendurado na parede marca 6:00 horas, transtornada passo alguns minutos com a cara de morta observando o silêncio do meu quarto e o tic-tac do o relógio que tanto me irritava, agora é o que me faz companhia. Sentindo o sol cada vez mais próximo vejo que tenho que levantar e penso em mais um dia oferecido a mim como se fosse uma fatia de bolo ressecado do outro dia.
Terei que engolir.
O chão está frio e minha alegria miserável e medíocre me incomoda como os farelos deixados na mesa depois do banquete. Eu me lembro bem.
Vou até a janela, queria me despedir de mim e viver em um espaço de tempo que tudo estivesse em uma conspiração de paz.
Queria alcançar o fruto doce e vermelho, no entanto, o galho é alto demais.
A manhã está acontecendo, e sol apaga os resquícios da noite.
Sei que existi.
O horizonte me traz a idéia de que fui esquecida na mudança repentina.
 Será que acontecer é assim?
Sinto o vento frio da manhã entrar na casa vazia.
A valsa se fez em sonho. Estou voando.

Um comentário:

  1. texto bem elaborado, carregado de uma riqueza de detalhes que nos faz viver tal acontecimento...
    parabéns!
    paz e bem

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